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22 de abril, dia do Planeta Água

Somos água. O elemento em maior abundância presente no corpo humano é a água. A água preenche 75% do nosso planeta. Terra, o planeta água. Escrevo esse texto ainda no dia 22 de abril, dia da Terra. Hoje assisti a um documentário a respeito do planeta e a abordagem principal teve foco nos oceanos. Em 2004 eu tive a sorte de ganhar da minha mãe um curso de mergulho com certificação PADI. Mergulhei os quase 18m permitidos pelo órgão e conheci uma minúscula amostra de vida que brota nas profundezas do oceanos. Na verdade, eu não vi muita coisa, mas sou muito grata pelo pouco que vi: anêmonas, peixes coloridos, estrelas-do-mar, corais. Como é linda a vida no nosso planeta. Como é rara. Pesquise a respeito do Sistema Solar. Todos os planetas me fascinam, cada qual pela sua peculiaridade. Mercúrio, por exemplo, parece muito com a lua. Cheio de crateras, durante do dia, sua superfície queima a 450°C e à noite, congela a -100°C. Júpiter não desiste da Grande Mancha Vermelha, o tufão que chega a atingir 400 km/h, Netuno é um lindo planeta azul onde os ventos sopram a 2.000 km/h e Saturno ainda é a majestade do nosso sistema estelar. Esse eu tive a sorte de observá-lo através do telescópio algumas vezes. Momentos que levantaram todos os pêlos do meu braço. O universo é lindo. Mas a vida da forma como conhecemos, só existe na Terra, até onde sabemos. Por isso nos parece rara. Existe um água salgada líquida sob a superfície de Europa, uma lua de gelo em Júpiter, mas ninguém sabe se há ou não vida por lá. A diversidade está bem diante dos nossos olhos, e embora seja raríssima a oportunidade de viajar para o Ártico para ver um urso polar caminhando sobre o gelo – espécie ameaçada em extinção – podemos contar com canais de TV a cabo como National Geographic e a própria Internet para testemunhar o que existe por lá. É uma pena que essa não é uma realidade que atinge todo o mundo. Assim como o urso polas, a água da forma consumível também está em “perigo de extinção” no nosso planeta, e embora dezenas de órgãos que levantem a bandeira vermelha para uma futura escassez, a maioria dos líderes preocupa-se com outros assuntos, como por exemplo, como tirar proveito da vida política ao invés de traçar um plano a respeito do que fazer com o nosso futuro. A verdade é que amo esse planeta. Tenho arrepios quando vejo imagens da Terra feita por satélites. Brinco com o Google Earth “viajando” para o Everest, o Saara, o Ártico, as Cordilheiras, a costa dos países localizados na região do Caribe e meu fascínio não termina nunca. Eu amo mesmo a nossa casa, que abriga milhares de espécies, formações geológicas, raças, cores, climas, vegetações, rios, lagos, oceanos, florestas, cavernas, crateras, praias, desertos, a água em todos os estados, sons e silêncio. Eu gostaria muito que a humanidade abrisse os olhos de forma coletiva em prol da preservação dessa riqueza infinita. Somos o planeta variedade. Somos pequenos, mas uma verdadeira pérola do Sistema Solar que merece todo o respeito e proteção. 4,5 bilhões de anos de muita história. Muita coisa aconteceu na superfície do nosso planeta desses últimos anos. Mas evitar tornar esse presente de Deus um deserto sem vida, vai necessitar de uma urgente mudança de postura das 7 bilhões de cabeças pensantes que habitam nossa casa.


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Eu sou ecochata.

Há quatro dias, eu testemunhei um protesto na porta do Pão-de-Açúcar contra o fim das sacolinhas plásticas. Dezenas de desocupados exigiam o direito de continuar contribuindo para o aquecimento global. Desocupados, sim, porque quem tem tempo de passar horas na frente de um supermercado, em plena segunda-feira, implorando para não ser obrigado a tomar uma atitude ecológica, só pode ser vagabundo. Não peço perdão pelo termo utilizado, se você que está lendo esse texto é uma das pessoas que estava lá, pois sendo este o caso, você é mais uma pessoa sem consciência num mundo de poluição e riscos de destruição permanente crescentes. Posso ainda não ser o exemplo de proteção ambiental a ser seguido. Cometo erros. Aqui dentro do meu armário do meu local de trabalho, tenho um tubo de inseticida “Mortein Power Guard Mata Baratas – Paralisa e Mata. Continua matando baratas por 6 semanas”. Aerosol, eu sei. O mais ecológico seria dar um pisão no monstro de Kakfa. Mais ecológico ainda, seria retirá-la delicadamente com uma folhinha e devolvê-la à natureza. Eu faço isso com lagartixas, besouros, taturanas, aranhas e borboletas, juro. Matar baratas com inseticida é uma atitude antiecológica, eu sei. Estou apenas querendo reforçar a seguinte questão: Eu não sou hipócrita, estou longe de atingir a perfeição de um agente do Greenpeace, mas mesmo cometendo alguns erros, eu ainda tento fazer a minha parte. Hoje, por exemplo, fui ao Pão de Açúcar comprar o iogurte da minha dieta, banana, granola orgânica e capuccino light. Eu esqueci de levar a minha sacolinha ecológica que mantenho dentro do meu armário (perto do inseticida). Eu comprei outra. Sei que muita gente passa bastante dificuldade, eu mesma não estou nadando no dinheiro, mas 1,99 não me fariam passar fome, portanto eu comprei outra sacolinha, sim. Não morri por causa disso. Sei que outras atitudes deveriam ser tomadas pelo governo, e sei que políticos não pensam somente na questão ambiental, mas sabendo que isso pode contribuir pelo menos um pouquinho com o meio ambiente, eu sou eco chata e mordi a ideia. Um conhecido no Facebook levantou uma questão interessante: E os milhões de papeis que acabam sujando as ruas com propagandas políticas nos dias de eleição? Concordo plenamente e assino embaixo, mas isso não me impede de tomar uma atitude legal pelo meu planeta, quando está ao meu alcance, afinal, que tipo de planeta eu quero deixar para os meus filhos, netos e bisnetos?

Acredito que cada um poderia tomar algumas pequenas atitudes para contribuir, como por exemplo:

– Não jogar lixo nas ruas. Acho um absurdo. Mesmo que seja um papel de bala. Custa jogar no lixo? Quando não tem lixo disponível, eu coloco no bolso. O mesmo vale para chicletes. Poucas pessoas sabem que um mísero chicletinho inocente pode matar um pássaro. Você sabia disso? O ideal é embrulhar o chiclete em um pedaço de papel e jogá-lo no lixo.

-Reciclar. Sério, não custa nada separar o lixo orgânico do reciclável. E se você já faz isso, não esqueça de lavar as embalagens recicláveis. Não adianta reciclar um copinho de iogurte com restos de produto orgânico dentro dele.

-Não sujar as praias. Isso é básico, mas vamos lá: você sabia que um saquinho no mar pode ficar enroscado no focinho de um golfinho e matá-lo por sufocamento?

-Quando passear com seu cachorro na rua, limpe o que ele sujar na calçada.

-Não fume.

-Ande a pé quando puder.

-Ensine as crianças a importância de tomar atitudes ecológicas.

-Consuma produtos orgânicos quando puder.

-Proteja os animais sempre que possível.

-E finalmente, visite lugares naturais sempre que tiver uma oportunidade. Experiências assim, nos inspiram a tomar atitudes ecológicas.

Acredito que somos responsáveis por esse Pálido Ponto Azul, no terceiro degrau do Sistema Solar. Não sabemos ainda se há vida mais inteligente que nós por aí, que irá nos salvar se a coisa ficar feia. Então esse planeta está inteiramente sob a nossa responsabilidade. Reclamar de atitudes do governo não ajuda em nada e não custa nada limpar a sujeira que deixamos por aí, sempre. Sou fã do Al Gore,  ecochata, sim,  e enquanto morar por aqui, continuarei sendo.