A Árvore é um ássana do Yoga. É essa posição da figurinha acima. Aprendi a fazer a Árvore sozinha, estudando um livro de Yoga. Pode ser feito por iniciantes, e na verdade, com um pouquinho de concentração não tem segredos. Basta fixar o olhar em um ponto fixo na parede ou no chão e há de funcionar. O problema é que quando faço a Árvore sozinha em casa, eu roubo. Fico mais ou menos perto de alguma coisa aonde posso me equilibrar rapidamente para conseguir manter a posição. Mas isso pode se tornar um problema quando você começa a freqüentar (tire a mão do meu trema) um centro especializado, estende o seu tapetinho no meio da sala e esquece que não tem parede ao seu lado para que você possa “dar uma roubadinha”. Foi engraçado quando fiz a Árvore sozinha na sala de aula pela segunda vez. Eu não consegui me manter na posição e minha mente estava a mil por hora perdida no pensamento “onde foi parar o meu iToken do Itaú?” Que bonito não conseguir controlar a mente e de repente ouvir meu professor (que tem o mesmo nome do meu noivo) falando, “se sua mente voar por aí, pensando em coisas que nada têm a ver com a aula, você vai cair mesmo.” No mesmo momento congelei. Meu professor com quem tenho tanto aprendido ultimamente conseguiu desenvolver a capacidade de ler a minha mente logo na segunda aula! Da próxima vez, prometo visualizar o Osho, olhos semi cerrados e mão unidas ao peito, refletindo sobre a próxima bronca que vai dar na humanidade (só para constar, eu amo o Osho). Aliás, eu deveria pensar nas broncas que minha mente malcriada deveria levar diariamente. Tenho me mantido de boca calada diante do caos, mas desconto tudo em um pote de brigadeiro, daqueles de consistência perfeita para comer de colher. “Amanhã vou andar dez quilômetros antes do Yoga.” Não vou nada. Mas para manter minha árvore não muito capenga, acho que eu deveria mesmo estar magrinha de novo, seguir o Osho, me livrar da angústia que volta com uma certa freqüência. Aquela mesma. A angústia da ausência. Em breve minha árvore vai permanecer de pé, independente do vento, da chuva, do raio. Em breve, será meu Bodhi, a árvore da iluminação de Buda, e não terá dificuldades para crescer e manter seus galhos e tronco erguidos. Em breve estará totalmente controlada. E livre de sofrimento.
Namastê!