Deep Blue

Natal na Paulista

4 Comentários

Caros leitores, para a alegria de alguns e desespero de outros (exagerei), vou postergar o texto a respeito do Queen. O Queen tem um impacto muito maior na minha vida do que parece. Não é simplesmente música, conforme verão.

Eu voltei para falar (de novo) do Natal. As festas de fim de ano de 2011 não são eventos que eu estou esperando ansiosamente porque vou passá-los longe do meu filho pela primeira vez. Esse fato traz uma sensação de desânimo muito triste, portanto eu decidi me desapegar disso tudo um pouco. A questão da necessidade do desapego de valores materiais tornou-me um pouquinho mais humana (só um pouquinho, numa escala Hitler a Jesus Cristo, estou bem distante do espírito mais iluminado do Sistema Solar, mas também não sou tão ruim quanto a barata nazista, uma vez que a história da Segunda Guerra Mundial ainda me provoca dores de estômago). Mas quando nos vemos impossibilitados de entrarmos em um shopping e sairmos cheios de sacolas no mês de dezembro, temos duas opções: 1) Ficarmos muito deprimidos; 2) Aprendermos algo a respeito. Esse ano eu escolhi a segunda opção. Não estou triste, mesmo porque eu tenho casa para morar, cama para dormir, não passo fome e se precisar de algum tipo de tratamento médico, eu vou ter acesso. Aprendi lendo “O Segredo” a questão da gratidão. Segundo Rhonda Byrne, autora do best-seller em questão, que um dos fundamentos para fazer funcionar a  lei da atração é a gratidão. Ainda não aprendi a fazer essa lei funcionar na minha vida. Eu acredito nela. Mas não sei como utilizá-la, pois se soubesse, com certeza já teria o que eu mais quero na minha vida. Ainda não veio, mas virá. Enfim, comecei (há pouquíssimo tempo) a tentar ser mais grata por aquilo que tenho na vida.

Visto que o meu Natal e Ano Novo serão um pouco estranhos pela ausência do meu precioso molequinho, e em face da necessidade de contenção de gastos, resolvi fazer um programinha diferente com ele hoje. Eu o levei para conhecer a Linha Amarela do metrô e passear a pé pela Avenida Paulista iluminada à noite. Percorremos todos os lugares da Paulista onde a decoração de Natal chamava atenção. Visitamos a passarela construída em cima da Avenida, em frente ao Conjunto Nacional, ex-Banco Real e outros bancos que capricharam na decoração, passeamos com balões de gás hélio amarrados no pulso, entramos no túnel de luzes azuis no Parque Trianon e posso dizer que foi o meu lugar preferido. Em todos os lugares vimos pessoas de todos os tipos, idades e classes sociais. Mas o que mais me impressionou foi um mendigo dentro do parque que dizia, sorrindo genuinamente, “feliz Natal” a todas as pessoas que passavam por dele. Ele não pediu nada a ninguém. Ele não reclamou de suas roupas velhas e sujas, ele não segurou nenhum aviso que dizia o quanto era miserável e precisava de ajuda. Ele simplesmente desejava algo bom para pessoas estranhas que não estavam nem um pouco preocupadas com a sua noite de Natal, que provavelmente passará sozinho, na avenida mais paulistana do mundo. E tampouco parecia preocupado com essa condição.

Lamento pela falta de dinheiro, fico de mal humor porque estou cansada de usar as mesmas roupas de sempre ou por não estar vivendo a melhor fase financeira da minha vida e me sinto a pessoa mais mesquinha do mundo ao lembrar que eu reclamo disso quando passo diante do mendigo que sorri para as pessoas e lhes deseja com o coração aberto, que elas passem um momento feliz com a família na noite que pode ser que ele nunca mais tenha na vida. Eu realmente preciso rever meus valores. Esse passeio sem presentes, sem gastos (a não ser um sorvete e o bilhete do metrô) foi a minha comemoração de Natal com o meu filho. Sinto-me aliviada pela oportunidade desse momento que tive hoje com ele. E que coisas assim me ensinem de verdade, a ser uma pessoa melhor.

Autor: R.

Buscando viver melhor comigo mesma e com o mundo que me cerca. Procurando compreender qual é a melhor forma de viver, praticando o desapego, tornando o espírito leve e perseguindo a felicidade através da GRATIDÃO, nos dias ensolarados e nos dias cinzentos - meu desafio para a vida. Sempre gostei de escrever. Desde 2002, tive diversos blogs criados e deletados, mas como Fênix ressurge das cinzas, espero que cada novo blog seja definitivo. Esse é um blog sobre tudo que faz parte do meu Universo.

4 pensamentos sobre “Natal na Paulista

  1. As vezes, o simples fato de pensar na vida nos ajuda a “ver” a vida com outros olhos, com os verdadeiros olhos da alma.

  2. Poxa, que coisa bonita esse post , Renata …snif :)…emocionante a descrição desse passeio com seu filho, aparentemente simples, porém, quanto significado presente!

  3. Muito bom seu texto Renata! Me emocionei!

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